Peter Drucker, o grande filósofo e economista, considerado o pai da gestão moderna, defendeu a periodicidade da evolução da sociedade no seu livro “A sociedade Pós-Capitalista” (1993/2002) e até mesmo antevendo o advento do conhecimento como variável chave para o desenvolvimento humano.
A era do conhecimento ou também designada a era da informação, vivida hoje por todos os agentes económicos, está a provocar mudanças intensas e numerosas na organização de todas as empresas. Os valores, anteriormente atribuídos aos bens materiais, ao património, passaram a ser substituídos por recursos intangíveis, tais como a informação, o conhecimento e, principalmente o capital intelectual dos recursos humanos.
As novas variáveis, presentes no mercado deste novo tempo, exigem uma mudança nos paradigmas organizacionais. Neste novo cenário, novas áreas de atuação estão a surgir e apontam como factores imprescindíveis na procura pelo capital humano diferenciador e competitivo, dependentes cada vez mais da tecnologia da informação, com a utilização de sistemas de informação para gerir todos os negócios.
Perante este cenário, a necessidade de profissionais altamente especializados faz-se sentir conforme apresenta O´Brien (2002), que refere que “os trabalhadores do conhecimento são capazes de absorver as informações que lhes são atribuídas e aplica-las da melhor forma no ambiente corporativo em que estão inseridos, assumindo o papel de principal ativo dentro de uma organização”.
Aliados à transformação da sociedade, a globalização e o desenvolvimento tecnológico fazem com que o grande diferencial competitivo das organizações passe pela capacidade intelectual dos recursos humanos e pelas competências desenvolvidas pelas pessoas que nelas trabalham, podendo assim, atender à procura pelo imediato e à ligação dos processos e também ao desenvolvimento da capacidade de adaptação às mudanças mercadológicas.
Neste contexto, o perfil de qualquer profissional dos tempos modernos, detentor de características diferenciadoras num ambiente dinâmico e altamente competitivo, com capacidade para tomar decisões rapidamente, orientar novos rumos, traçar novas estratégias, motivar e inspirar pessoas, utilizar novas tecnologias, descobrir e realizar os sonhos de cada um dos seus clientes, usado sem correr perigo, e tem como foco o desenvolvimento do potencial humano, das suas competências que procura formar e informar para estar preparado e alinhado às mudanças constantes. E ainda tem como objetivo ter resultados.
Podemos afirmar que este profissional tão procurado na atualidade, esteja diretamente alinhado na sua procura constante de se formar e manter informado. O mercado está exigente como nunca esteve e quem não acompanhar essa exigência pela única via que traz resultados efetivos e consistentes, – pela via da formação – será automaticamente extinguido. O próprio mercado encarregar-se-á de o fazer. Esta é a dura realidade! Estão muitas “coisas” a acontecer em simultâneo, a nível nacional e internacional – a mudança está a ser rápida e esperamos não estar a causar muitos danos.
A continuidade da evolução depende agora do desenvolvimento dos profissionais que, aliados às mudanças precisam de se alinhar às novas exigências deste novo período difícil.
De acordo com Rocha (2005) o novo profissional deve ter além das competências que referi anteriormente, acrescentar o aumento de competências em disciplina (aprender a disciplinar-se), competências de liderança, competências técnicas, compreendendo o negócio como um todo, além de manter-se um profissional com elevada ética e responsabilidade. Ele assume aqui um papel ativo nas organizações, sendo cada vez mais disputado. Fala-se já muito na grande disputa do capital humano.
O trabalhador intelectual, como define Chiavenato (2009), deve ser capaz de “trabalhar com a cabeça e participar ativa e pró-ativamente na condução dos negócios”. Neste sentido, a inteligência competitiva estará presente no perfil diferenciador do profissional. São as pessoas que pensam, interpretam, raciocinam e tomam as decisões baseadas em informações. Indo mais além, são elas as responsáveis pela criação, inovação, inserção de produtos e serviços no mercado. Melhoram processos, analisam a concorrência e conquistam os clientes.
O segredo de uma organização de sucesso, inserida hoje na era do conhecimento, é “saber receber consolidar e reciclar a informação, o conhecimento, o saber dos seus recursos, preparar e desenvolver os funcionários que tenham condições permanentes de lidar com a mudança e com a inovação. E ainda proporcionar valor à organização e ao cliente”. Desta forma, o processo fica completo mantendo-se a eficiência e a eficácia rumo à excelência.
Poderia, resumidamente afirmar que as empresas pretendem profissionais altamente bem formados e competitivos nas mais variadas áreas do saber e, em simultâneo, que esses novos profissionais acompanhem e se adaptem às modernas alterações do mercado – as que já ocorreram e as que ainda estão para ocorrer.
Está preparado para as grandes mudanças no mercado trabalho?